quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Teoria do emigrante.

 


  
Há quem diga que quando se é emigrante se ganha mais uma casa.
Há quem diga que se passa a pertencer a mais do que um lugar.
É mentira.

Quando saímos de onde somos deixamos de pertencer a lugar nenhum.
Como se o espaço deixasse de existir no nosso sistema de coordenadas e passássemos a viver o mundo apenas a uma dimensão. O tempo.

A teoria da relatividade explica.
Pões a tua vida em duas ou três malas de viagem, largas a inércia, ganhas velocidade. Regressas a "casa" e, de repente, estás a mover-te à mesma velocidade do teu sistema de referência. As velocidades anulam-se. Sentes-te imóvel. E não podes. Não consegues. E tens que voltar a ir, e a sair, e a sentir o movimento que passou a fazer parte de quem tu és.
É por isso que regressar a "casa" é tão bom. Porque às vezes é preciso parar. Mas não vais, nunca mais, poder parar para sempre.

Eis que te apercebes que na dualidade espaço-tempo desta teoria, já não pertences mais ao espaço, pertences ao tempo.
E és feliz.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Great Balls of Fire!

 


Eu sei, eu sei, este título faz lembrar uma das mais maravilhosas obras do cinema pop-melo-azeiteiro-que-todos-adoram-mas-têm-vergonha-de-dizer. E é suposto!

Porque uma mulher gosta de um bom clássico, e gosta mais ainda quando o herói usa farda. Uma mulher gosta de ouvir um homem cantar ao piano uma música que faça justiça à sua masculinidade. Great balls of fire will do it. Uma mulher gosta de homens que dominem a arte de conduzir. Máquinas, claro. Porque o resto meus queridos, as vontades, os devaneios e outros instintos inflamáveis, esses, dominamos nós. E ao contrário do que se pensa, nem sempre andamos à procura de  príncipes encantados e romances avassaladores. Nada disso! Às vezes, dar uma trinca no mau da fita é o Happy End perfeito.

Estamos de volta!


(Já se disse aqui em histórias anteriores que as mulheres nem sempre são flores que se cheirem. E não somos. E é muito bom assim.)