segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Encontro.



Na semana passada houve disto, e não podia ter sido melhor.
Pela acidez, pelo desencanto latente, pela amargura, pelas histórias de pessoas erradas, e por todas as outras imperfeições que o tornam perfeito. Na plateia o silêncio gelado, olhares cheios de água e sorrisos torcidos. Todos à espera que o último minuto se demorasse um bocadinho mais.

Parece-me que é assim que se encontra o que se procura. Sempre tive inveja das pessoas que sabiam o que procurar. De quem não conseguia pensar em mais nada se não no ruído do filme a passar pela abertura da câmara fotográfica, os que passavam noites ao relento para encontrar constelações ou horas na cozinha à procura das texturas e sabores perfeitos.

E porque naquele momento só queria saber dizer metade daquelas palavras, já devo ter encontrado qualquer coisa. Parece-me.*


P. Auster @ Lisboa e Estoril Film Festival

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