terça-feira, 29 de novembro de 2011

Português Suave.




É o encanto de se ser Português. Vamos estando e ficando meio apáticos, meio felizes, meio perdidos, meio encontrados. Com medo de rir demasiado, ou de gostar demasiado, ou de nos mexer demasiado, não vá o diabo tecê-las, e o mundo provar-nos que estávamos enganados. E vamos cultivando estes amores e vontades meio mornos, meio transparentes, até que alguém, que não nós, os valide publicamente e grite aos quatro ventos que esse amor agora é da humanidade inteira. E nem aí mostramos os dentes, nem fazemos caretas, nem elevamos a voz, nem perdemos a compostura, nem reivindicamos nada. Com sorte ainda pensamos "eu sempre disse isto, porque é que nunca ouviram?" Português suave, portanto.

Posto isto, reitero a minha paixão profunda e absoluta por gentinha esquisita e estranha e difícil de gostar à primeira vista. Os que não sabem onde por as mãos no decorrer de uma conversa, os que reagem fora do contexto, os que cantam no meio da rua, os que se riem a bandeiras despegadas, os que nunca conseguem acabar uma frase porque a voz nunca consegue acompanhar a cadência das ideias. Parece-me a mim, que tenho a sorte de conhecer alguns. Weirdos e bichos do mato deste mundo, sou vossa fã.*


Btw, kinder surpresa da paragem do 709, encaixas perfeitamente na categoria de weirdo. Potencial.

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