quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A walk in the park.




Há passeios que são apenas isso mesmo. Outros, que abrem portas, janelas e portais para realidades paralelas inesperadas. É daquelas coisas.
Num momento tens à tua volta àrvores cadavéricas que te acenam numa nudez cinzenta, o céu prestes a cair, o chão quase a rasgar-se, pronto a engolir-te. À tua frente, desenha-se o pior dos desfechos.
No momento seguinte, e na companhia certa, o cinzento já não é tão cinzento, o ar já não é tão gelado, o céu é um bocadinho mais azul, e o chão apara cada um dos teus passos. E de repente, é como se entrasses numa esfera autística onde só entra quem quiseres, o que quiseres, no momento em que achares oportuno. Pouco importa como acaba o passeio ou que vais encontrar quando lá chegares. Não fazem falta muitas palavras, nem conversas metafísicas, nem preencher o ar de ruído.
Porque em certas companhias o silêncio é confortável.
Porque a realidade se pode transformar e a paisagem transfigurar-se de cada vez que experimentares olhar.
Porque certos passeios no parque abrem possibilidades.
E eu gosto.*



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